- Delegada Teresinha
Direito ao Voto Feminino

O Voto Feminino
” Declassês, mal amadas, perdidas, arruaceiras,vadias! Estes devem ter sido os adjetivos dirigidos às mulheres que foram às ruas, aos parlamentos, às reuniões reservadas, exclusivamente aos senhores, enfim, aos locais que lhes seriam considerados impróprios num passado não muito distante. Acreditem. Houve um tempo em que lugar de mulher era dentro de casa.Mas algumas de nós não aceitaram isso assim passivamente. Ousamos ir às ruas conversar com os homens. Ousamos instigá-los a compreender nosso potencial. A verem que nosso papel na sociedade era mais do que importante era necessário!Não podiam e não deviam mais nos ver apenas como ” mulheres do lar”, mães e boas esposas ou seres de segunda classe na hierarquia social, sem condições de pensar e agir por sí mesma.Éramos impedidas de falar de outra coisa em público que não fosse receita de bolo, tirar manchas de roupas, fazer as lições de casa dos filhos. A sociedade insistia em cultuar a mulher na figura da deusa-mãe, deusa-esposa.Mas algumas de nós ousaram ” furar o cerco”, passar da soleira da porta da cozinha para a sala. Cursar uma faculdade, ler livros, que fugiam aos padrões do romance de O Vento levou! Oh! que mulher valente a Scarlet OHara! Como chorava !E foram, justamente as significativas alterações sociais e econômicas processadas na virada do séc. XIX para o XX, que fez com que mulheres do mundo inteiro passassem a exigir direitos em uma sociedade que se trasformava.Um verdadeiro contingente de soldados femininos sofreu para que hoje estivéssemos aqui, nas redes sociais, opinando de igual pra igual, nos mais diversos assuntos, especialmente a política. Essas mulheres fizeram uma revolução, e. na data de hoje lembramos a sua mais importante vitória: a conquista do voto feminino, que fez a historia na vida da Nação brasileira.Do universo feminino restrito àquele que os homens nos proporcionavam, as mulheres foram além da maternidade e dos afazeres do lar.